segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

As áreas industriais!
O desenvolvimento dos transportes, a abundante e diversificada mão-de-obra, o capital, os consumidores em número crescente, os terminais de vias de comunicação, os diversificados serviços de apoio (bancos, seguros, etc.) é alguns dos factores que justificam a preferência da indústria para se instalar na cidade.
Contudo, alguns factores têm condicionado a expansão das indústrias e a instalação de novas unidades no interior do perímetro urbano, apesar de potenciarem a deslocalização destas para áreas cada vez mais afastadas da cidade. Esses factores são, por exemplo:
- a grande necessidade de vastos espaços, por parte das indústrias modernas, devido à introdução de novas linhas de montagem e à necessidade de parques de estacionamento, de escritórios, serviços sociais (salas de convívio, cantina, posto médico, etc.) e à preocupação com o arranjo do espaço exterior com áreas ajardinadas);
- o elevado preço do solo;
- a crescente intensidade de trânsito, e consequente congestionamento de tráfego no interior da cidade, e as dificuldades de estacionamento;
- as alterações no processo produtivo (a separação da fase produtiva da de gestão e direcção leva à relocalização das unidades de produção na periferia, onde a distância ao centro está dependente da necessidade de mão-de-obra mais ou menos qualificada);
- a elevada poluição sonora e atmosférica;
- os planos de urbanização (que, nas periferias da cidade, limitam áreas destinadas exclusivamente à indústria);
- os parques industriais ou zonas industriais (que beneficiam da existência de infra-estruturas, de uma excelente acessibilidade e do preço do solo mais barato);
- a progressiva existência de infra-estruturas no espaço rural.
Deste modo, a função industrial tem vindo a perder peso no interior das cidades e tem sido substituída pela função terciária. Por outro lado, esta tem-se acentuado nas periferias, nas áreas que lhes estão destinadas pelos planos de urbanização, onde beneficiam de uma maior disponibilidade de espaço, do baixo custo de terrenos e de mão-de-obra mais barata. Esse fenómeno tem-se verificado também em cidades cuja génese está associada à indústria.
Contudo, as indústrias de bens de consumo de pequena dimensão, pouco poluentes e ruidosas, que consomem pouca energia eléctrica continuam a permanecer no interior das cidades, como a confecção de luxo, a joalharia e a impressão.


A indústria e a cidade - A indústria não é, necessariamente, uma actividade característica da cidade – definida em geografia mais pela proeminência do sector terciário -, embora o aparecimento das aglomerações muito grandes que conhecemos esteja ligado à emergência do modo de produção fabril.



Leticia Magalhães *

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