"Propomos uma mudança de paradigma: pensar em financiar os cuidados de saúde e não as condições que permitam vir a possibilitar esses cuidados", defendeu o economista Augusto Mateus.
Assim, o financiamento do sistema deveria ser feito através da satisfação das necessidades da população e não através das infraestruturas.
"O Estado deve querer é que os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde e não ter três hospitais separados por 30 quilómetros de distância". "Financiando as condições chegámos à insustentabilidade financeira do sistema. Então, talvez valha a pena dar uma oportunidade a financiar os resultados", acrescentou.
Para os autores do estudo, ficou demonstrado "que não é possível continuar a assistir à degradação" da sustentabilidade do sistema de saúde, pelo que é necessária uma verdadeira articulação entre o público, o privado e o social.
"O Estado tem um enorme papel de regulação. Deve ser prestador de cuidados apenas naquilo em que é insubstituível. Se usasse as Misericórdias e os novos investimentos privados em articulação com o sistema público teria muito mais capacidade de sucesso", explicou.
O economista sugere ainda que é necessário passar a ter orçamentos plurianuais na área da saúde, substituindo as contas anuais. Augusto Mateus lembra contudo que os "erros acumulados ao fim de 20 anos" não se corrigem rapidamente, avisando que é necessária uma perspetiva de médio prazo.
Caso o paradigma não seja alterado, os autores do estudo acreditam que a população terá de passar a pagar mais para conseguir continuar a ter acesso aos cuidados de saúde de que hoje dispõe.
"Parte-se do princípio de que a saúde é um dos principais compromissos do Estado. Mas obviamente [a saúde] hoje não é gratuita. O que é preciso é que ninguém fique de fora do acesso aos cuidados por não ter recursos financeiros", sustentou.
Publicação: Vítor Costa
eu não acho que esteja assim tão mal, apenas está péssimo!!!
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