sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Financial Times" alerta que "dificilmente" Portugal sobreviverá a chumbo do orçamento
Portugal está em risco de não cumprir o défice este ano, de 7,3 por cento, escreve hoje, sexta-feira, o jornal "Financial Times" e, em editorial, sublinha que o país não se pode dar ao luxo de ver chumbado o Orçamento para 2011.
O jornal, que puxa o tema para a sua primeira página, adianta que "o aumento nas despesas sociais e uma quebra nas receitas fiscais nos primeiros nove meses de 2010 fazem com que Portugal se junte à Grécia e a Irlanda como um dos países da europeriferia que não deverá conseguir cumprir as suas metas de consolidação fiscal este ano".
O "Financial Times" (FT) recorda que as taxas de juro da dívida portuguesa têm vindo a subir depois de terem baixado com a apresentação das novas medidas de austeridade e escreve que "as tensões políticas têm minado os esforços do governo minoritário socialista em assegurar aos mercados financeiros os seus compromissos sobre o défice".
De acordo com dados oficiais, o défice da administração central cresceu 200 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2010, a receita fiscal caiu 7,6 por cento e os gastos da segurança social aumentaram 6 por cento.
O jornal britânico cita o Commerzbank, que agora diz que é apenas "marginalmente possível" o governo português cumprir a meta de redução do défice orçamental: baixar dos 9,4 por cento do PIB em 2009 para 7,3 por cento este ano.
O banco indica "que o défice deverá manter-se acima da meta mesmo com uma receita extraordinária de 2,6 mil milhões de euros da transferência do fundo de pensões da Portugal Telecom para o Estado".
Em editorial, o FT refere que Portugal dificilmente poderá suportar um chumbo do Orçamento de Estado para 2011 e "o impasse político" que resultaria da consequente demissão do Governo.
"O Governo de José Sócrates está a tentar reunir apoio da oposição para aprovar um orçamento de austeridade que visa cortar o défice de 9,4 por cento do PIB em 2009 para 4,6 por cento em 2011. Esta não é a medida ideal, mas Portugal tem poucas opções atractivas", escreve o jornal.
Pelo menos, adianta o FT, "Lisboa está a cortar na despesa em vez de cavalgar nos impostos para cortar no défice".
De acordo com o económico britânico, "a maioria das medidas fazem sentido", sublinhado que "os cortes nos salários da Função Pública já deviam ter sido feitos" e que "o adiamento dos projectos das grandes infraestruturas é inevitável".
Apesar de se tratar de medidas dolorosas, "Portugal não pode evitar estes passos se quer evitar perder por completo a sua liberdade fiscal", adianta o FT, recordando que "apesar das promessas de contenção, o défice subiu nos primeiros nove meses" do ano.
"A outra razão para aprovar o Orçamento é que o Governo demite-se se a lei não passar", recorda o FT, explicando que a constituição portuguesa dispõe que não poderão ser convocadas eleições por causa das presidenciais.



(Feito por Cláudia)                                                                       Fonte:www.jn.pt
                                                                                                           Imagem google (orçamento de 2010)

3 comentários:

  1. Portugal deverá aceitar o orçamento, pois se não o aceitar vai ser mais complicado, para nós portugueses.
    A nossa economia se já está mal, ficará pior se for chumbado o Orçamento.

    Cláudia Ferreira

    ResponderEliminar
  2. Talvez Cláudia, mas mesmo com ele aprovado a coisa vai ser dura duarante muito tempo.

    ResponderEliminar
  3. Mesmo MUITO tempo. Mas como o professor diz, o estado tem de apostar na Educação, pois os somos os heróis da pátria!

    ResponderEliminar